Maria Segundo Autores da Igreja Católica

Maria segundo autores da Igreja Católica

Fonte: SÁ FREIRE, Rita de Cássia Pinho França de - Nossa Senhora Auxílio dos Cristãos: Títulos Orações e Devoções. Ed. Petrus: 2010. São Paulo.

“Uma entre todas foi a escolhida: foste tu, Maria, serva preferida, Mãe do meu Senhor, Mãe do meu Salvador. Maria, cheia de graça e consolo, venha caminhar com teu povo, nossa mãe sempre serás! Roga pelos pecadores desta terra, roga pelo povo que em teu Deus espera, Mãe do meu Senhor, Mãe do meu Salvador.” (A Escolhida - música católica).

Esta música lembra a grandeza de Maria: amada pelo Pai desde antes de seu nascimento. Maria, a escolhida por DEUS (Lc 1,28) que, por predestinação divina, trouxe à luz o Salvador (Is 7,14).  Exemplo para nós de humildade que diante da anunciação pelo anjo Gabriel, ao invés de se exaltar, declara-se serva do senhor e aceita a sua missão como co-redentora da humanidade:

“Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”. (Lc 1,38).
“Maria se coloca à disposição da ação de Deus: Eis aqui, estou aqui, eu não fugi... Sou a serva do Senhor, estou inteiramente de corpo e alma a serviço de Deus.” (Erlin, Imitação de Maria, 2008).

Maria tem um lugar de destaque na comunidade por Sua fé. Suas características vão além da função “mãe”: é a primeira e a verdadeira discípula de Jesus; a dona de casa, a mulher educadora; a que sabe escutar e meditar as palavras de Deus em seu coração; a mulher sábia e de fé. O principal disso tudo é que acolhe a palavra de Deus e a põe em prática.

É importante destacar que essas características estão presentes em nós, mulheres simples, mães de família, trabalhadoras. Por essa razão é que a maioria das mulheres se identifica com Maria e possui tanta devoção a Ela.
De acordo com Van Thuan, 2002, Maria é o amor compartilhado. Ele afirma que Maria, por ser toda de Deus, não é uma pessoa estranha ao mundo. Pelo contrário, para Ela o mundo é o lugar onde Deus encontra o homem, onde se espera aquele que “por nós homens e para a nossa salvação desceu do Céu”. E complementa: “junto com toda a Igreja, espelhemo-nos naquela que acolhe e compartilha a salvação.”

Maria é modelo de fé, de esperança e de caridade e está presente ao lado de Jesus em todas as situações da vida humana. Podemos notar a sensibilidade de Maria com sua atitude de ir ao encontro do outro e estar atenta às necessidades do próximo. Essa é uma das virtudes de Maria que devemos aprender: a caridade. Esse fato pode ser notado em várias passagens bíblicas, por exemplo: sua visita a Santa Isabel, quando foi ao seu encontro para ajudá-la (Lc 1,39-41); no episódio das Bodas de Caná, quando, pela intercessão de Nossa Senhora, Jesus transformou água em vinho (Jo 2,1-11).

De acordo com o Catecismo da Igreja católica:
Há dois tipos de culto: o de latria e o de dulia. O culto de latria é o culto de adoração, prestado somente a Deus, como supremo Senhor de toda vida e de todo o universo, confessando que absolutamente tudo depende dele; o culto de dulia é o culto de veneração, prestado aos santos e, estando a Virgem Maria acima de todos na corte celeste, é-lhe prestado um culto especial de veneração, chamado hiperdulia.

“Todas as gerações me chamarão bem-aventurada" (Lc 1,48): "A piedade da Igreja para com a Santíssima Virgem é intrínseca ao culto cristão[a35]". A Santíssima Virgem "é legitimamente honrada com um culto especial pela Igreja. Com efeito, desde remotíssimos tempos, a bem-aventurada Virgem é venerada sob o título de 'Mãe de Deus', sob cuja proteção os fiéis se refugiam suplicantes em todos os seus perigos e necessidades (...) Este culto (...) embora inteiramente singular, difere essencialmente do culto de adoração que se presta ao Verbo encanado e igualmente ao Pai e ao Espírito Santo, mas o favorece poderosamente[a36]"; este culto encontra sua expressão nas festas litúrgicas dedicadas à Mãe de Deus [a37]e na oração mariana, tal como o Santo Rosário, "resumo de todo o Evangelho[a38]".

2679 “Maria é a Orante perfeita, figura da Igreja. Quando rezamos a ela, aderimos com ela ao plano do Pai, que envia seu Filho para salvar todos os homens. Como o discípulo bem-amado, acolhemos em nossa casa [a55] a Mãe de Jesus, que se tornou a mãe de todos os vivos. Podemos rezar com ela e a ela. A oração da Igreja é acompanhada pela oração de Maria, que lhe está unida na esperança[a56]” .

O culto da bem-aventurada Virgem Maria na igreja de acordo com a constituição dogmática Lumen gentium :
Exaltada por graça do Senhor e colocada, logo a seguir a seu Filho, acima de todos os anjos e homens, Maria que, como mãe santíssima de Deus, tomou parte nos mistérios de Cristo, é com razão venerada pela Igreja com culto especial. E, na verdade, a Santíssima Virgem é, desde os tempos mais antigos, honrada com o título de «Mãe de Deus», e sob a sua proteção se acolhem os fiéis, em todos os perigos e necessidades (191). Foi, sobretudo a partir do Concílio de Éfeso que o culto do Povo de Deus para com Maria cresceu admiravelmente, na veneração e no amor, na invocação e na imitação, segundo as suas proféticas palavras: «Todas as gerações me proclamarão bem-aventurada, porque realizou em mim grandes coisas Aquele que é poderoso» (Lc.1,48). Na verdade, as várias formas de piedade para com a Mãe de Deus, aprovadas pela Igreja, dentro dos limites de sã e reta doutrina, segundo os diversos tempos e lugares e de acordo com a índole e modo de ser dos fiéis, têm a virtude de fazer com que, honrando a mãe, melhor se conheça, ame e glorifique o Filho, por quem tudo existe (cfr. Col. 1, 15-16) e no qual «aprouve a Deus que residisse toda a plenitude» (Col. 1,19), e também melhor se cumpram os seus mandamentos.”

Ainda, de acordo com a exortação apostólica Marialis cultus do Santo Padre Paulo VI para a reta ordenação e desenvolvimento do culto à bem-aventurada Virgem Maria:

“Exemplar de toda a Igreja, no exercício do culto divino, Maria é também, evidentemente, mestra de vida espiritual para cada um dos cristãos. Assim, bem cedo os fiéis começaram a olhar para Maria, a fim de, como ela, fazerem da própria vida um culto a Deus, e do seu culto um compromisso vital. Já no século IV Santo Ambrósio, ao falar aos féis, lhes auspiciava que em cada um deles houvesse a alma de Maria, para glorificarem a Deus: "Que em cada um de vós haja a alma de Maria para bendizer o Senhor; e em cada um de vós esteja o seu espírito, para exultar em Deus! Mas Maria é modelo, sobretudo, daquele culto que consiste em fazer da própria vida uma oferenda a Deus: doutrina antiga e perene, esta, que cada um de nós pode ouvir repetir, se prestar atenção aos ensinamentos da Igreja; mas que poderá entrever também, se der ouvidos à palavra da mesma Virgem Santíssima, quando ela, antecipando em si a estupenda petição da Oração Dominical, "seja feita a vossa vontade" (Mt 6,10), respondeu ao mensageiro de Deus: "Eis a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1,38). E o "sim" de Maria é para todos os cristãos lição e exemplo, para fazerem da obediência à vontade do Pai o caminho e o meio da própria santificação.”
“Querendo Deus, na Sua infinita benignidade e sabedoria, levar a cabo a redenção do mundo, «ao chegar a plenitude dos tempos, enviou Seu Filho, nascido de mulher,... a fim de recebermos a filiação adotiva» (Gál. 4, 4-5). «Por amor de nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e encarnou na Virgem Maria, por obra e graça do Espírito Santo» (171). Este divino mistério da salvação é-nos revelado e continua na Igreja, instituída pelo Senhor como Seu corpo; nela, os fiéis, aderindo à cabeça que é Cristo, e em comunhão com todos os santos, devem também venerar a memória «em primeiro lugar da gloriosa sempre Virgem Maria Mãe do nosso Deus e Senhor Jesus Cristo» (172).

De acordo com Murad (2006):

“ Os estudos de antropologia cultural e de psicologia fornecem dados para compreendermos os motivos do crescimento do culto a Maria, Mãe de Deus e nossa. Ressalta que a reverência a Nossa Senhora não foi “maldosamente” inventada pela Igreja para trair o centralismo cristológico das origens,  visto que somente Jesus deve ser reverenciado como o “Senhor”. O autor destaca que a partir da figura de Maria como mãe de Jesus e da comunidade, o cristianismo ampliou a relação materno-filial dos fiéis com Maria”.
Dessa forma, observa-se que Maria, em momento algum quis chamar a atenção dos fiéis para si, ao contrário, Maria sempre quis levar Jesus aos demais. Ela diz isso abertamente no episódio das Bodas de Caná: “Fazei tudo o que ele disser” (Jo 2,3-5).  Essa passagem nos deixa bem claro que Maria é intercessora, na sua humildade de serva, de mãe amorosa e cuidadosa. Assim são as mães.
Normalmente os filhos gostam de suas mães e gostam também que as respeitem. Jesus era submisso aos seus pais ( Lc  2,51  ).  Eu tenho a certeza que, da mesma forma, Jesus quer que as pessoas respeitem e amem Sua Mãe.
Outro ponto importante a evidenciar são as virtudes de Maria, segundo a visão de alguns sábios devotos de Nossa Senhora, como: São Padre Pio de Pietrelcina, São Maximiliano Maria Kolbe, Santo Tomás de Aquino, Santo Agostinho, São Luís Maria Grignon de Montfort, Papa João Paulo II, Papa Bento XVI, que trazem em seus escritos o que há de mais sublime em si mesmo, pois quando pretendemos escrever sobre Nossa Senhora temos a certeza de que nascerá um texto encantador ou mesmo poético.

 

São Padre Pio 

O amor e devoção do Padre Pio pela Bem-Aventurada Virgem Maria são lendários. De fato, passou grande parte do seu ministério exaltando as Suas virtudes e exortando todos os Católicos a que recorressem com confiança à Sua piedosa intercessão. Um escritor sugeriu que "por detrás de todos os maravilhosos dons do Padre Pio, da sua extraordinária orientação das almas, do seu dom de bilocação e dos seus contatos com os anjos, estava Nossa Senhora, que o estimava como uma mãe estima a um filho, ao ponto de, numa altura em que ele, uma noite, foi agredido no seu quarto pelos demônios, Ela veio colocar uma almofada sob a sua cabeça para diminuir-lhe o sofrimento."
O Padre Pio escreveu muitas vezes sobre o seu amor pela Mãe de Deus, lembrando-nos: "descansa o teu ouvido no Seu coração materno e escuta as Suas sugestões, e assim sentirás nascer em ti os melhores desejos de perfeição." Ele considerava Nossa Senhora como a grande força de harmonia e orientação implícita no Santo Sacramento da Penitência, e disse que "para compreender o Sacramento e fazê-lo dar mais frutos deves entregar-te às inspirações e à direção da Santíssima Virgem."
“Amai Nossa Senhora e fazei que a amem”. Ele repetia isso a todos, porém, mais do que as palavras, valia o testemunho exemplar de sua profunda devoção à Mãe celestial.” ( Papa Bento XVI: São Pio, exemplo de amor a Maria).
Como verdadeiro filho de Nossa Senhora, o Padre Pio era dedicado ao Rosário, e diz-se que chegava a rezar o Rosário de 15 mistérios até 35 vezes por dia. Na verdade, incitava todos os Católicos a "amar a Senhora e a rezar o Rosário, porque o Rosário é a arma contra os males do mundo."
Quando lhe perguntavam qual era o papel de Nossa Senhora no plano divino da salvação, o Padre Pio respondia, dizendo que "todas as graças dadas por Deus passam pela sua Bem-Aventurada Mãe." Foi com este fundamento que celebrava a Missa da Imaculada Conceição quase todos os dias, na última década da sua vida terrena. Foi citado como tendo dito de Nossa Senhora que Ela "acompanha-me ao altar e fica ao meu lado enquanto celebro a Santa Missa."
Fonte: http://www.fatima.org/port/essentials/whatucando/devotionto.asp, em 15.11.2009.

 

São Maximiliano Kolbe

Dos escritos de São Maximiliano Kolbe:

“Esforcemo-nos por amar o Senhor Jesus com o coração da Imaculada, por recebê-Lo com o seu coração, por louvá-Lo com as suas atitudes, por reparar, agradecer, mesmo que não compreendamos, pois isso é a realidade.
É pelo seu coração, pelas suas atitudes que louvamos o Senhor Jesus. Se na realidade é Ela que ama e glorifica Jesus por nós, então nós somos os seus instrumentos.
Só Ela nos vai ensinar a amar o Senhor Jesus, bem melhor, sem comparação, que todos os livros e todos os mestres. Ela ensina-nos a amá-lO como Ela O ama.
E todo o nosso esforço deve tender a que só Ela ame o Senhor Jesus com o nosso coração. Só a alma possuída pelo amor de Deus tira dela tudo o que perturba esse amor.
Tudo se concentra no amor de Deus. Ora bem, quem ama mais Jesus pobre e crucificado, no presépio, que a Sua Santa Mãe! Ninguém no mundo, mesmo entre os Anjos, amou e ama tão ardentemente o Senhor Jesus como a Mãe de Deus.
A Imaculada é o esplendor do amor divino nas nossas almas e a forma de nos aproximarmos do coração de Jesus.”

Fonte: http://marcelo.cfn.blog.br/?tag=sao-maximiliano-kolbe, em 15/11/2009.

Toda a graça de Deus chega até nós através da intercessão de Maria. Este é o "descendente" na ordem da graça. Para Kolbe, há um correspondente "ascendente" da ordem, Maria é o nosso meio para ir a Deus: "Não tenha dúvida de que sua vontade é totalmente unida à vontade de Deus. Trata-se, então, de unir nossa vontade à sua, e assim estaremos unidos a Deus através dela.
Fonte: http://www.catholicculture.org/library/view.cfm?recnum=6547, em 15/11/2009


Quantas vezes na vida, mas particularmente nos momentos mais importantes, experimentei a sua (da Imaculada) especial proteção!
Glória, portanto, ao sagrado Coração de Jesus através daquela que é o instrumento nas mãos da misericórdia divina para a distribuição das graças.
Colocando n’Ela toda a minha confiança para o futuro... Em cada coisa reconheço uma especial proteção da Mãezinha celeste”
Abandona-te cada dia mais nas mãos de Jesus e da Imaculada.
Não te aflijas pelas contrariedades e as dificuldades, mas entrega cada coisa à Imaculada.
Fonte: http://www.oracoes.info/NovenasSantos026.html, em 15/11/2009.

 

Santo Tomás de Aquino

Amava Nossa Senhora, a quem recorria sempre e sabia de cor, praticamente, quase todos os versículos da Bíblia.

Mas a Bem-aventurada Virgem é o modelo e o exemplo de todas as virtudes. Nela achareis o modelo da humildade. Escutai suas palavras: (Lc 1, 38) Eis a escrava do Senhor. E mais (Lc 1, 48): O Senhor olhou a humildade de sua serva. Ela é também o modelo da castidade: ela mesma confessa que não conheceu homem (cf. Lc 1, 43). Como é fácil constatar, Maria é o modelo de todas as virtudes.
Em todos os perigos, podemos obter o auxílio desta gloriosa Virgem. Canta o esposo, no Cântico dos Cânticos: (4, 4) Teu pescoço é como a torre de Davi, edificada com seus baluartes. Dela estão pendentes mil escudos, quer dizer, mil remédios contra os perigos. A Virgem, cheia de graça, ultrapassou os Anjos, por sua plenitude de graça. E por isto é chamada Maria, que quer dizer, «iluminada interiormente», donde se aplica a Maria o que disse Isaias: (58, 11) O Senhor encherá tua alma de esplendores. Também quer dizer: «iluminadora dos outros», em todo o universo; por isso, Maria é comparada, com razão, ao sol e à lua.
A Virgem ultrapassa os Anjos em sua intimidade com o Senhor. O arcanjo Gabriel reconhece esta superioridade, quando lhe dirige estas palavras: O Senhor é convosco, isto é, venero-vos e confesso que estais mais próxima de Deus do que eu mesmo estou. O Senhor está, efetivamente, convosco.
O Senhor Pai está com Maria, pois Ele não se separa de maneira nenhuma de seu Filho e Maria possui este Filho, como nenhuma outra criatura, até mesmo angélica. Deus mandou dizer a Maria, pelo Arcanjo Gabriel (Lc 1, 35) Uma criança santa nascerá de ti e será chamada Filho de Deus. O Senhor está com Maria, pois repousa em seu seio. Melhor do que a qualquer outra criatura se aplicam a Maria estas palavras de Isaias: (12, 6) Exulta e louva, casa de Sião, porque o Grande, o Santo de Israel está no meio de ti.
O Senhor não habita da mesma maneira com a Bem-aventurada Virgem e com os Anjos. Deus está com Maria, como seu Filho; com os Anjos, Deus habita como Senhor.
O Espírito Santo está em Maria, como em seu templo, onde opera. O arcanjo lhe anunciou: (Lc 1, 35) O Espírito Santo virá sobre ti. Assim, pois, Maria concebeu por efeito do Espírito Santo e nós a chamamos «Templo do Senhor», «Santuário do Espírito Santo». (cf. liturgia das festas de Nossa Senhora).
Portanto, a Bem-aventurada Virgem goza de uma intimidade com Deus maior do que a criatura angélica.
Com ela está o Senhor Pai, o Senhor Filho, o Senhor Espírito Santo, a   Santíssima Trindade inteira. Por isso canta a Igreja: «Sois digno trono de toda a Trindade».

Fonte: http://sumateologica.permanencia.org.br/Textos/Sermoes.pdf, em 16/11/2009.


Santo Agostinho

Os discursos de Santo Agostinho são cheios de admiração e devoção a Virgem Maria, Mãe do Salvador, na qual vê o ponto de enlace entre o céu e a terra. Ele a considera porta de entrada para os mistérios de Cristo e diz: “Maria é a via de humildade pela qual chegamos até Ele.”

 “O fato de ser Mãe de Cristo traz à Maria lugar único no mistério da redenção, já que por meio dela é que veio ao mundo o Salvador. Essa cooperação na obra da Salvação faz de Maria, espiritualmente, a Mãe de todos os homens.”
“A admirável santidade de Maria é fruto da graça de Deus que a cumulou, em vista de sua missão. A Virgem Maria representa o que de mais digno, puro e inocente poderia oferecer esta nossa terra a DEUS, a fim de que o Filho de Deus se dignasse baixar até ela.”

 

São Luis Maria Grignon de Monfort

Em, O segredo de Maria:

“Somente Maria achou graça diante de Deus, tanto para si como para cada homem em particular. Os Patriarcas e os Profetas, todos os Santos da antiga lei não puderam encontrar essa graça. Porque somente Maria é Mãe da graça. Por isso que Maria foi quem deu à luz ao Autor de toda graça, é que a chamamos Mãe da graça, Mater gratiae. Porque somente Maria possui, depois de Jesus, a plenitude da graça. [9] 3º) Deus Pai, de quem procedem, como de sua fonte essencial, todo dom perfeito e toda graça, deu-lhe todas as suas graças; de modo que a vontade de Deus, como diz S.Bernardo, lhe é dada nele e com ele. Porque somente Maria é a tesoureira de todas as graças de Jesus.
Deus a escolheu para tesoureira, ecônoma e dispensadora de todas as suas graças; de sorte que todas as suas graças e todos os seus dons passam por suas mãos; e segundo o poder que Ela recebeu, como diz São Bernardino, Ela distribui a quem quer, como quer, quando quer e quanto quer, as graças do Pai Eterno, as virtudes de Jesus Cristo e os dons do Espírito Santo. Porque para ter Deus por Pai, é necessário ter Maria por Mãe.
Assim como, na ordem natural, uma criança tem que ter um pai e uma mãe, da mesma maneira na ordem da graça é preciso que um verdadeiro filho da Igreja tenha a Deus por pai e Maria por mãe; e si se gloria de ter a Deus por pai, não tendo por Maria a ternura de um verdadeiro filho, é um enganador que só tem por pai ao demônio. Porque os membros de Jesus devem ser formados pela Mãe de Jesus.
Que ninguém pense, com alguns falsos iluminados, que Maria, como criatura, seja um empecilho à união com o Criador; não é mais Maria que vive, é somente Jesus Cristo, é somente Deus que vive nela. Sua transformação em Deus ultrapassa mais ainda a de São Paulo e dos outros Santos, mais do que o Céu ultrapassa a terra em elevação. Maria não é feita senão para Deus, e basta que Ela prenda uma alma a si própria, que, ao contrário logo a lança em Deus e a une a Ele com tanto maior perfeição quanto mais a alma se una a Ela: Maria é o eco de Deus, que não responde senão Deus, quando se lhe grita: Maria; que não glorifica senão a Deus, quando com Santa Isabel, a chamamos bem-aventurada.
Para tornar-se santo, é preciso, pois, encontrar Maria, a Medianeira das graças, e isto por uma “verdadeira devoção à Santa Virgem”. [23] A dificuldade está, portanto, em saber encontrar verdadeiramente a divina Maria para encontrar toda graça abundante: Deus, sendo senhor absoluto, pode comunicar por si mesmo o que ordinariamente não comunica senão por Maria, não se pode negar, sem temeridade, que não o faça algumas vezes: (1) no entanto, segundo a ordem que a divina sabedoria estabeleceu, ele não se comunica aos homens na ordem da graça senão por Maria, como diz São Tomás. É necessário, para subir e unir-se a ele usar o mesmo meio de que ele se serviu para descer a nós, para se fazer homem e nos comunicar suas graças: e esse meio é uma verdadeira devoção à Santíssima Virgem.

Em “Tratado da Verdadeira devoção à Santíssima Virgem”:

“Foi pela Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo e é também por Ela que deve reinar no mundo.
Durante a vida, Maria permaneceu muito oculta. É por isso que o Espírito Santo e a Igreja lhe chamam ALMA MATER, Mãe escondida e secreta. A sua humildade foi tão profunda, que não teve na terra atrativo mais poderoso nem mais contínuo que o de se esconder a si mesma e a toda a criatura, para que só Deus a conhecesse.
A fim de atender aos pedidos que Ela lhe fez, para que a ocultasse, empobrecesse e humilhasse, aprouve a Deus, oculta-la na sua conceição e nascimento, na sua vida, mistérios, ressurreição e assunção, aos olhos de quase toda criatura humana.
Maria é a fonte selada e a esposa do Espírito Santo, onde só Ele tem entrada. Maria é o santuário e o repouso da Santíssima Trindade, onde Deus está mais magnífica e divinamente que em qualquer outro lugar do universo, sem excetuar a sua morada acima dos querubins e serafins. Neste santuário nenhuma criatura, por mais pura que seja, pode entrar a não ser por grande privilégio.
Deus quis servir-se de Maria na Encarnação, ou seja, o Verbo de Deus se fez homem através de Maria, com o consentimento d'Ela, com a participação d'Ela. O Pai pediu sua anuência; o filho habitou seu seio; o Espírito Santo a cobriu com sua sombra (cfr. Lc 1,35).
Deus quer servir-se de Maria na santificação das almas. Pois sendo Ele invariável em sua conduta, é ainda e sempre através de Maria que forma Jesus Cristo nas almas. Ele continua sendo o "bendito fruto" de seu ventre e "é certo que Jesus Cristo para cada homem que o possui em particular, é tão verdadeiramente fruto e obras de Maria, como o é para todo o mundo em geral".
Por isso a devoção à Santíssima Virgem é necessária a todos os homens para a salvação e, muito especialmente, àqueles que são chamados a uma perfeição particular"
 “Só Maria achou graça diante de Deus (LC 1,30) sem auxilio de qualquer outra criatura.”


Papa João Paulo II

Da Carta encíclica Redemptoris Mater sobre a Bem- Aventurada Virgem Maria na vida da Igreja que está a caminho:

A MÃE DO REDENTOR tem um lugar bem preciso no plano da salvação, porque, "ao chegar a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido duma mulher, nascido sob a Lei, a fim de resgatar os que estavam sujeitos à Lei e para que nós recebêssemos a adoção de filhos. E porque vós sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: "Abbá! Pai!"" (Gál 4, 4-6).”
“Maria é introduzida no mistério de Cristo definitivamente mediante aquele acontecimento que foi a Anunciação do Anjo. Esta se deu em Nazaré, em circunstâncias bem precisas da história de Israel, o povo que foi o primeiro destinatário das promessas de Deus. O mensageiro divino diz à Virgem: "Salve, ó cheia de graça, o Senhor é contigo" (Lc 1, 28). Maria "perturbou-se e interrogava a si própria sobre o que significaria aquela saudação" (Lc 1, 29): que sentido teriam todas aquelas palavras extraordinárias, em particular, a expressão "cheia de graça" (kecharitoméne).
Se quisermos meditar juntamente com Maria em tais palavras e, especialmente, na expressão "cheia de graça", podemos encontrar uma significativa correspondência precisamente na passagem citada da Carta aos Efésios. E se, depois do anúncio do mensageiro celeste, a Virgem de Nazaré é chamada também a "bendita entre as mulheres" (cf. Lc 1, 42), isso se explica por causa daquela bênção com que "Deus Pai" nos cumulou "no alto dos céus, em Cristo". É uma bênção espiritual, que se refere a todos os homens e traz em si mesma a plenitude e a universalidade ("toda a sorte de bênçãos"), tal como brota do amor que, no Espírito Santo, une ao Pai o Filho consubstancial. Ao mesmo tempo, trata-se de uma bênção derramada por obra de Jesus Cristo na história humana até ao fim: sobre todos os homens. Mas esta bênção refere-se a Maria em medida especial e excepcional: ela, de fato, foi saudada por Isabel como "a bendita entre as mulheres".

Da carta apostólica Mulieris dignitatem do sumo pontífice João Paulo II sobre a dignidade e a vocação da mulher por ocasião do ano mariano:

“No momento da Anunciação, respondendo com o seu « fiat », Maria concebeu um homem que era Filho de Deus, consubstancial ao Pai. Portanto, é verdadeiramente a Mãe de Deus, uma vez que a maternidade diz respeito à pessoa inteira, e não apenas ao corpo, nem tampouco apenas à « natureza » humana. Deste modo o nome « Theotókos » — Mãe de Deus — tornou-se o nome próprio da união com Deus, concedido à Virgem Maria.”


Papa Bento XVI

"A presença da Virgem Maria nos diversos lugares das nossas cidades - nas igrejas, capelas, quadros, mosaicos - nos fala de Deus, nos recorda a vitória da Graça sobre o pecado e nos induz a ter esperança mesmo nas situações mais difíceis".

O Papa Bento XVI, ao celebrar o Dia da Imaculada Conceição, em 08/12/2009, advertiu que também a Igreja está "exposta às influências negativas do mundo" e, por isso, deve encontrar na figura da Virgem Maria "a estrela que a guiará em direção a Cristo".
Bento XVI enfatizou ainda que "Maria é a mãe da Igreja, como solenemente proclamou o papa Paulo VI e o Concilio Vaticano II, portanto, damos graças a Deus por este sinal estupendo de sua bondade, confiamos à Virgem Maria cada um de nós, as nossas famílias e as comunidades, toda a Igreja e o mundo todo".

“Maria Imaculada nos ajuda a redescobrir e defender a profundidade das pessoas, pois nela se dá uma perfeita transparência da alma no corpo. É a pureza em pessoa, no sentido de que espírito, alma e corpo são nela plenamente coerentes entre si e com a vontade de Deus”.
“Que dom imenso é ter por mãe Maria Imaculada!”
“Maria não se coloca somente numa relação singular com Cristo, o Filho de Deus que, como homem, quis tornar-se seu filho. Permanecendo totalmente unida a Cristo, Ela pertence também de modo integral a nós. Sim, podemos dizer que Maria está próxima de nós como nenhum outro ser humano, porque Cristo é homem para os homens e todo o seu ser é um "ser para nós". Como Cabeça, dizem os Padres, Cristo é inseparável do seu Corpo que é a Igreja, formando juntamente com ela, por assim dizer, um único sujeito vivo. A Mãe da Cabeça é também a Mãe de toda a Igreja; ela é, por assim dizer, totalmente despojada de si mesma; entregou-se inteiramente a Cristo e, com Ele, é entregue como dom a todos nós. Com efeito, quanto mais a pessoa humana se entrega, tanto mais se encontra a si mesma.”

tradução livre: Luz dos povos.

tradução livre: culto a Maria.

ato ou capacidade de uma pessoa poder  estar, por milagre, em dois lugares distintos, ao mesmo tempo.

tradução livre: Mãe do Redentor

tradução livre: A dignidade da mulher

 

 
 
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